Van Vogue - Wash Me Away
Ela voltou! Van Vogue retornou com o seu primeiro single após um tempo afastada dos holofotes. "É expressão famosa no campo jurídico, que significa uma ocasião ou acontecimento que não pode ser previsto, irreversível e que causa consequências drásticas", ela explicou a escolha do título. De fato, a música retrata bem o momento que deixamos alguém para trás. "Lamento te lembrar que estou viva", ela canta.
A composição é forte e com versos poderosos, o que já é uma marca registrada nos trabalhos da Van Vogue. Quanto a sonoridade, "Wash Me Away" difere dos demais lead-singles da cantora. Ela foge de algo mais energético e aposta em algo em uma pegada um pouco mais melancólica. Por fim, o resultado é incrível.
Golly Golightly - E.T de Varginha
Uma das revelações do ano, Golly Golightly chama Milena para seu segundo single intitulado ''E.T de Varginha''. Um dos grandes diferenciais do artista é a sua imagem marcante e o "frescor" que ele traz nas suas músicas, o que o torna uma das melhores revelações do ano.
Em "E.T. de Varginha", o cantor aposta em uma letra criativa e muito engraçada. Basicamente, traz a história de um E.T. que transa com a Milena - uma grande cantora do Impop - e após isso ela é abduzida. É uma faixa divertida, criativa e muito bem produzida. Ponto positivo para Golly!
Vittoria Ametiste - VICPUTALIXO Act II
Por Vanessa Clark
A primeira parte do VICPUTALIXO, lançado no primeiro semestre de 2020, mostrou uma faceta da Vittoria Ametiste cheia de personalidade, audácia e atrevimento. O projeto foi responsável por finalmente solidificar o seu nome na Radio Station e, consequentemente, firmar sua imagem como uma das principais representantes da porn music. “VICPUTALIXO Act II”, a segunda parte do projeto, prossegue com o intuito de desconstruir alguns preceitos formados pelo público sobre a polêmica artista.
A essa altura do campeonato, Ametiste continua se aventurando em diferentes gêneros e trazendo sempre um frescor ao seu trabalho. “Água de Coco”, lead-single, foi um sucesso iminente nas paradas musicais ao apostar em uma forte influência do funk carioca. “Marola”, uma parceria com a artista alternativa Rudimental, aposta em algo à la The Sycs - uma famosa dupla indiana do Impop em 2013 - com uma influência oriental. “Shake Shake”, por outro lado, navega por uma sonoridade experimental. A fusão de diferentes gêneros não torna o disco confuso, longe disso, torna o trabalho bem sólido.
“Oh Gás” é uma introdução interessante para iniciar o álbum. A utilização de um sample datado lá em 2017 poderia ter deixado a música ruim, mas a cantora dá um toque especial ao colocar gemidos durante a canção. Ela definitivamente consegue imprimir a sua personalidade em todas as músicas.
Quanto aos temas, Vittoria e o seu time de compositores se tornam um pouco mais criativos. “King Kong” é um desses grandes momentos onde a cantora traz uma composição divertida embalada com uma ótima produção. “CyberSex” é uma das melhores faixas de todo o projeto por apresentar também uma letra bem cômica. Entretanto, a artista ainda peca com a falta de originalidade nas canções “Marola” e “Água de Coco”. Em outros momentos, como “Vampirinha”, o tema trabalhado possui até certa originalidade, mas peca por versos fracos e mal construídos.
As parcerias musicais também tornam-se ótimas aquisições ao álbum. Jesy German foi a escolha perfeita para “CyberSex”, uma das faixas mais criativas e contagiantes. Rudimental, uma artista voltada ao cenário alternativo, também surpreende a cantar sobre um conteúdo explícito em “Marola”. Gozzane, um dos maiores nomes do Impop, também trouxe um maior destaque para “Personal Trainer”. Não obstante, “Shake Shake” - com a participação da Hazel - possui uma ótima composição, mas a sonoridade experimental acaba ofuscando o resultado final e deixa o produto mediano.
“VICTPUTALIXO” é uma faixa de encerramento perfeita para um projeto ousado. Fazer álbuns sobre putaria é uma das tarefas mais difíceis, pois é extremamente árduo fazer isso de uma forma engraçada e autêntica. A segunda parte de “VICPUTALIXO” possui os mesmos problemas da primeira, mas ainda se destaca pela boa produção e pelos momentos repletos de alívio cômico. “Eu só quero visualizações e poder / Eu só quero fazer a terra tremer”, ela finaliza o álbum com uma faixa que define bem a sua personalidade: uma pessoa excêntrica, determinada e atrevida.
