STATIONCRITIC: AMALA, Zofia e Ashley Brook

  • 21
  • julho

    2020


AMALA e Jesy German - Affair (Remix)

Por Vittoria Ametiste 

O remix de Affair é a nova aposta da cantora AMALA, que teve sua primeira versão lançada solo como seu debut. A cantora entrou na onda dos remixes e chamou a cantora Jesy German para o remix da música. A letra teve mudanças pela própria AMALA e a produção por Jesy. A faixa evoluiu com uma força significante, tanto que teve sua estreia nos charts do RSV e outros. A produção teve uma melhora em relação a primeira versão que tinha alguns erros e falta de ajustes. A letra obteve uma harmonização com a instrumental, resultando assim numa ótima música e deixando AMALA como uma das grandes apostas para 2020.


Zofia - Segredo

Por Vittoria Ametiste 

Zofia, uma das novatas na Radio Station, traz seu primeiro single ''Segredo'' com o titulo bem sugestivo sobre o tema da faixa.  A aposta no R&B é interessante, mas a cantora peca demais quando a questão é harmonizar a letra com a instrumental, resultando assim numa música confusa.

Outro problema são os efeitos sonoros (o excesso de reverb e alguns ecos destoantes) no fundo, resultado de uma produção fraca.


Ashley Brook - Cacos

Por Vanessa Clark 

Coração partido é o tema principal de “Cacos”, o segundo álbum de estúdio de Ashley Brook. “Você me despedaçou / Agora sou somente cacos da minha personalidade”, ela anuncia na primeira faixa. A artista está de coração partido e consequentemente está disposta a resumir toda a sua dor em uma coleção de 10 faixas.

Para a ciência, coração partido é apenas uma metáfora, afinal não há término que realmente quebre um coração ao meio. No entanto, o sentimento de perda descrito por Brook é tão intenso e esmagador que realmente transmite essa sensação de coração rompido. A experiência de Ashley como uma jovem mulher lidando com a perda, dor e o amor ajuda a construir um álbum com início, meio e fim, que também pode ser descrito como as três etapas que resumem bem o fim de um relacionamento.

“Cacos”, a faixa de abertura, carrega um tom mais melancólico. Em “Flores”, o single de maior sucesso, ela já opta por usar uma sonoridade com uma influência mais latina. A escolha é acertada, uma vez que o reggaeton traz um diferencial para as faixas da cantora por ser um gênero não tão explorado no cenário virtual. Quanto à composição, ela continua descrevendo o término como algo problemático e que gerou inúmeras desilusões.

“Banheira Quente”, entretanto, não foi a melhor escolha para suceder “Flores” na tracklist. Primeiramente, a canção quebra totalmente o clima latino que a artista construiu na faixa antecedente. Em segundo lugar, a utilização de alguns efeitos e da voz desacelerada  tornou a faixa inusitada e até ruim. Liricamente, a canção continua descrevendo as etapas de um fim de relacionamento - nesta etapa, Ashley se sente no fundo do poço e totalmente desestimulada. Contudo, a má produção e a quebra na coesão sonora torna a música totalmente dispensável.

Felizmente, a cantora volta a trabalhar com o reggaeton na deliciosa “Antigamente”. É nesses momentos que ouvimos uma Ashley Brook cheia de personalidade e talento. Ela brilha ao cantar sobre suas recordações de seu conturbado relacionamento em uma faixa com uma pegada latina. Ela volta a trabalhar com essa sonoridade em “Percepção”, que se destaca por mostrar o talento da Ashley como uma compositora. Ela escreve, de forma branda, sobre se recuperar de uma perda e também sobre amadurecer sua visão e escolhas após isso.

Outra quebra de coesão no disco ocorre em “Floresta”, uma canção com influência do trap. A música não é ruim, mas definitivamente não se encaixa - nem sonoramente e nem liricamente - em “Cacos”. “Floresta” nos faz perguntar o seguinte: Qual é a proposta deste álbum? Um disco pop melancólico? Um disco com influência latina? Um disco trap? Misturar todos esses gêneros acarretou em uma bagunça sonora. Em outro momento, Ashley expõe sua vulnerabilidade em “Socorro” e denuncia um relacionamento abusivo. Apesar de também quebrar a coesão sonora do álbum, “Socorro” se destaca por apresentar uma letra madura e angustiante sobre a violência doméstica. “Não podia sair da minha casa sem medo de apanhar”, a cantora clama por socorro.

As três últimas faixas, no entanto, conseguem finalizar o disco de uma forma mais consistente. “Sonhos Acordada” se destaca por uma sonoridade deliciosa (novamente, influência latina), mas peca pelo excesso de efeitos estranhos. Ashley Brook novamente entrega composições maduras e excelentes em “Estátuas” e “Admita”. Ela consegue escrever com maestria sobre lidar e recuperar de um fim de relacionamento. “Admita para mim / Quem errou foi só você”, ela conclui. Ashley teve um conceito interessante ao construir “Cacos” e realmente se destaca nas faixas com influência latina, mas - no geral - ela acaba pecando pela falta de coerência e coesão. A sensação que nos resta é de um disco confuso e bagunçado sonoramente. Ela é definitivamente uma artista interessante e com muita personalidade, mas só precisa trabalhar mais com essa famigerada "coesão".

FAIXAS DESTAQUES: “Antigamente”, “Percepção”, “Sonhos Acordada” e “Admita”.