Novo álbum de Sara se destaca por se aprofundar em seus sentimentos e experiências.
Sem soar artificial ou forçada, a cantora entregou seu
trabalho de estúdio mais genuíno. Toda a construção das letras é bem feita, a
produção se encaixa bem com a proposta apresentada, e aqui temos um toque de
poesia a todo instante. É a revelação de uma nova faceta muito mais artística
da cantora.
Iniciando tudo, temos "E Se..." canção carregada
de melancolia e pensamentos depressivos, reflexões que beiram um "precipício
emocional" e que exibe uma instrumental belíssima, casando perfeitamente com
todo o conjunto.
Dando continuidade, temos a já bastante conhecida "Me
Leve Para Longe" que traz uma proposta completamente oposta da anterior,
seguindo com a mesma sonoridade e uma letra igualmente caprichada, e
"Corridas Noturnas", uma faixa que é mais comercial, perfeita para
uma pista de dança, contudo, traz também uma letra bem conceitual.
"É o Suficiente" fala sobre redenção, sobre se
reinventar. Funciona perfeitamente como um desabafo de Sara, como se estivesse
se confessando ou em uma consulta terapêutica. Isso mostra como estamos
próximas de Sara em seu novo disco. Destaque para a letra criativa e a produção,
que permanecem também na faixa seguinte "Memória de Toques" uma
explosão de sensualidade e drama, funcionando como uma linda carta de
despedida, só pecando por abordar o tema de uma forma similar a de "Me Leve para Longe.
"Algo para Acreditar" "Silêncio", "Fotografia" e "Única" continuam como pilares do disco e
são canções ótimas, mantendo o padrão que já
vimos até então, sem grandes surpresas, mas é em seu encerramento com "Discernimento" que
temos o ponto mais alto de todo o trabalho, trechos como "o ódio machuca,
mas o amor sara", são extremamente inteligentes, a sonoridade é fabulosa e
delicada, a produção consegue ser mais incrível do que todo o resto,
concluindo tudo de forma triunfal.

