Durante esse período, o cantor fundou uma gravadora bem sucedida e trabalhou com diversos artistas como Gabi e Tracey. No seu 4o álbum de estúdio, David parece ter finalmente ter criado uma consciência de quem é e quais são seus propósitos, o que nos possibilita traçar um paralelo com a história apresentada em Oyabun.
Oyabun, cujo títiulo significa "pai de família", resume bem o conceito do cd, mostrando várias facetas de um chefe da máfia oriental. Em seus momentos mais chamativos, como "Delinquentes" e "Rei" o eu-lírico se porta como uma figura dominante e agressiva, mostrando uma visão em primeira pessoa do seu cotidiano no crime. Músicas como "Cor de Rosa" e "Gravata" mostram bem o lado vulgar e sexual de seu personagem, casando perfeitamente com sua sonoridade sensual.
Letras gráficas e polêmicas são bem presentes no cd, construindo bem o personagem criado por David, soando até divertidas em algumas ocasiões, porém soando artificiais em alguns casos, como em "Não Me Arrependo", em que as imagens gráficas de violência soam exageradas e desnecessárias.
A sonoridade do cd é um acerto em cheio, sendo um synthwave lustroso, vibrante e chamativo que flui muito bem com sua produção, que é outro ponto forte do disco, soando clara e bem feita, extremamente bem executada. Algumas músicas como "Mulher" e a bonus track "Morte", apesar de boas, são um final um pouco inconclusivo para a história, que poderia ter um fechamento mais bem amarrado, mas no geral, possui um desenrolar convincente.
Oyabun é um bom paralelo entre David e seu personagem em Oyabun, que constrói sua autoridade mas mostrando suas facetas mais íntimas e introspectivas, enquanto David se firma como um artista sólido, ganhando maturidade e talento. Oyabun mostra a grande evolução na expressão artística de David, nos deixando querendo mais e acompanhar o processo de crescimento do cantor.
DESTAQUES: Rei, Cor de Rosa, Deliquentes, Gravata.
