STATIONCRITIC: Beth Thunder - Tenebrism







Conhecida pelo seu humor escrachado e perspicaz de hit como “Hair Solto de Prancha” e “Bucetinha”, Beth dá um giro de 180° em sua abordagem e estilo no seu novo álbum de estúdio, Tenebrism, mostrando-se ambiciosa tanto na sua sonoridade, alternativa e ligeiramente experimental, quanto em seus temas, estes que são extremamente introspectivos e melancólicos, como por exemplo, na sua faixa de abertura “Fragmentos”, em que a letra parece ser um portal à mente de Beth, que vaga por pensamentos soltos e confusos.



Temas como o abuso de substâncias para fugir para fugir de sua realidade são presentes no cd, como na chiclete “Pills”, “Distorção” e “Paraísos”. Temas mais sombrios e sérios como automutilação, em “Omnia” e depressão na forte “Purgatório (Tenebrism)” também são presentes no cd. 




Em “Chasing The Moon”, Beth oferece uma mudança de narrativa, impondo-se perante alguém que tenta a subjugar, mas sua sonoridade dance e agressiva parece ser uma remix feito para a pista de dança, soando deslocada. Em seus momentos mais ambiciosos, a cantora não consegue manter algo consistente durante o decorrer de suas faixas. Na faixa “Sonhos/Drago” a sua primeira parte, com conta um sonoridade bossa nova mesmo que fora do usual, falha em sua proposta minimalista, não justificando sua união com a outra faixa, que soa épica e dominante, em que Beth compara seu ódio a fúria de um dragão, numa letra elaborada.




Com letras bem feitas e construídas, porém falha em sua produção, muitas vezes soando confusa e inteligível, como nas faixas “Fragmentos” e “Juventude”, impedindo as músicas de mostrarem seu potencial. A faixa “Paraísos” dividida em duas partes, com sua primeira parte sendo um tropical house bem comercial e a sua segunda parte uma faixa levemente RnB, poderia ter mais mudanças em sua estrutura lírica, se tornando redundante durante seus quase 8 minutos de duração.




“Ondas” é um bom final para o cd, em que Beth parace querer ver as coisas sobre outro ângulo, numa finalização não exatamente feliz, mas otimista. Beth mostra bastante foco e domínio musica em canções como “Pills”, “Antropofagia”, “Purgatório”, “Omnia” e “Drago”, porém em diversos momentos falta coesão e atenção aos detalhes fazendo o álbum soar um pouco irregular. Porém olhando pela sua totalidade, Tenebrism é um álbum ambicioso que experimenta com novos conceitos sem se importar para os limites para a sua execução.

Destaques: Pills, Antropofagia, Purgatório, Omnia e Drago.