Já passamos da metade do ano de 2017, ano no qual tivemos lançamentos incríveis, e com certeza memoráveis para a música fake. Mas, como ainda faltam um pouco mais de cinco meses para o fim do ano, muitos lançamentos ainda nos esperam.
O próximo a dar as caras será "Alexandrita", terceiro registro de estúdio da cantora Lexie Stone, que será lançado na próxima terça-feira (4) pelo selo da Kleine Huren Records.
É de fato que Lexie é um dos nomes mais importantes da música fake atualmente, e que seus dois registros anteriores foram bastante marcantes no cenário musical. Mas o que podemos esperar desta terceira peça? A reinvenção da cantora é claramente mostrada no mesmo, mas será que ela conseguiu cumprir o seu papel?
Alexandrita é o registro mais pessoal da cantora, e é nele onde a mesma vem nos mostrar como é reunir todas as suas angústias e fatos que marcaram sua vida, formando assim uma formula de superação e amadurecimento pessoal, no qual ela está pronta para nos contar.
O disco é iniciado pela faixa "Por Que Não Respira?", o que nos leva de a uma das canções mais lindas de toda a discografia da cantora. De sonoridade lenta, arrastando-se para faixa midtempo de conotação densa, a música nos apresenta o inicio da história que levou a cantora aos ares de criação do álbum, aqui intercalando temas como perda, culpa e tristeza, "O sentimento de perder um amor, nunca deve ser sentido". O momento mais marcante da faixa é sua crescente instrumental, que após brilhar, volta para a calmaria na qual a mesma inicia-se.
2 - Alexia
A cantora da continuidade ao disco com a faixa "Alexia", o que particularmente considero um dos momentos mais brilhantes do disco. Sendo a descrição de Alexia (Personagem principal da história apresentada por Lexie no disco) A canção apresenta, já de cara, uma das melhores letras do disco, "Mas a menina Alexia foi interrompida na mais alta caminhada de toda sua vida. E ela não sabe quando volta para casa, porque ainda não sabe onde vai morar". De produção simples, mas ainda sim, totalmente elaborada, a mesma mantém todo o hype apresentado pela primeira faixa, porém mais agitado.
3 - Acusações (Noites Perdidas) ft. Gina Blair
Mais obscura que as anteriores e ainda sim se mantendo no mesmo hype de confissões pessoais da cantora, "Acusações (Noites Perdidas)" é a terceira faixa do disco. Nela, como já citado anteriormente, Lexie se afunda em "Acusações" que a levaram a momentos de isolamento em um período tão conturbado de sua vida, "Foram noites perdidas, caminhando em cima de espinhos. Foram noites perdidas, que interferiram meu caminho". A participação da cantora Gina Blair só reforça a faixa, que podemos considerar um dos momentos mais fortes do CD.
4 - Pneumonia
A já conhecidíssima quarta faixa do disco, é nada mais nada menos que "Pneumonia". A canção quebra a densidade sonora apresentada nas três faixas anteriores, trazendo uma instrumental mais gritante, mas ainda assim mantendo uma letra em conotação melancólica. Composta pela cantora em parceria com Tanusha (também produtora executiva do disco), a faixa é uma descrição ao abandono e superação em relações ao amor, onde vemos Lexie deixar claro que poderá pegar "Pneumonia" devido a chuva sentimental enfrentada pela mesma após o fim de tal relacionamento, "Você me levou a outros mundos, em lugares que nunca imaginei. De todos os erros que já cometi, o maior foi dizer que te amei". A faixa foi escolhida como primeiro single de trabalho do álbum, o que não poderia ser diferente, por ser uma das faixas mais experimentais da carreira da cantora, e das demais do CD.
5 - Incansável Mente
Voltando a instrumentalidade densa vista nos primórdios do disco, temos "Incansável Mente". A faixa é bastante semelhante a "Por Que Não Respira?" por apresentar uma crescente instrumental, que volta a calmaria, logo após ter seus momentos brilhantes. Nessa porém, somos iniciados aos sons ecoados de guitarras, nos dando a sensação de estar dentro de um sonho, o que talvez tenha sido proposital. "E a minha incansável mente não permite o meu enfraquecimento e, incansavelmente, tenta adiantar o meu desenvolvimento", canta Lexie Stone, onde ela procura forças para renascer em algum lugar dentro de toda sua dor. (Se não for single, a senhora já pode cancelar a era dona Stone).
6 - Assinar, Assassinar
Passando da metade do álbum, somos apresentados a "Assinar, Assasinar". Na faixa podemos encontrar uma descrição totalmente metafórica de toda a angústia da cantora, talvez seja nela, o momento de todo encaixe de peças que estão formando o quebra cabeça de desenvolvimento conceitual do disco. A citação de sentimentos apresentados logo no primeiro minuto da faixa tais como: Solidão, Tristeza, Dor, Avareza, são recorrentes e participantes do período de isolação passados na história real do disco vivida pela cantora, "E eu não quero saber quais são os nomes dessa assinatura, pois não quero ver o seu nome no assassinato dessa criatura".
7 - Ondas Quebradas
"Ondas Quebradas" é um momento do disco que podemos assemelhar a "Pneumonia" pelo fato desta também quebrar o clima denso do trazer e nos proporcionar um momento mais eufórico, assim como sua colega já citada. Ondas é de fato um dos pontos mais interessantes do disco, sendo a sétima confissão da cantora no disco, consegue cumprir todo o seu feito. Com produção executada pela cantora Wendy Khirsty e composição de Lexie Stone, onde a mesma exalta que cair não é uma falha, sentir medo de se reerguer não é um defeito, e sim uma consequência, na qual só o tempo consegue desencadear. "No mar de desabafos profundos eu preciso me reerguer e não deixar essa cicatriz formular mais nenhum arranhão".
8 - A Arte das Lágrimas
"Iniciante na arte da vida, ainda não aprendi a abrir um espetáculo. Veterano na arte das lágrimas, já sei exatamente como fechar esse ato". É aqui um dos momentos mais geniais do disco, onde com "A Arte das Lágrimas" Stone nos presenteia com uma de suas melhores composições já feitas em toda sua discografia. Sem dúvidas uma música que funcionará muito bem como single futuramente, e que ganha ainda mais pontos por sua produção relativamente simples, mas que consegue construir um dos momentos mais lindos do disco. Aplausos para Lexie, porque esse espetáculo ela iniciou e concluiu maravilhosamente.
9 - Sobre As Águas (ft. KARMA)
Quase chegando ao fim do disco, "Sobre As Águas" pode não ser um dos maiores destaques do disco, porém ainda consegue ter seu lugar ao sol diante de outras faixas tão belíssimas, não que a mesma não seja, porém não tem todo o brilho proporcionado pelas demais do material. A participação da cantora KARMA na canção é algo bastante interessante, pois mesmo não sendo uma faixa grandiosa, ambas as cantoras conseguiram entrar em sintonia dando pontos positivos para a música. "Por mais que eu não faça milagres, eu sinto que posso segurar aviões, caminhar por cima das suas asas e passar através de seus portões".
10 - Cintilantes & Escuras
Chegamos ao último ato confessional de Lexie Stone com Alexandrita e é com "Cintilantes & Escuras" que ela mostra seu último estado, talvez o seu mais alegre até agora. Ela ainda quer nos ressaltar que lembranças nunca serão apagadas, que o tempo pode passar, mas ela sempre terá uma lembrança vaga de todos os acontecimentos perante sua vida. Porém ela já se sente forte o suficiente, para encontrar portas, saídas e meios para olhar para a frente e seguir sua vida. Junto a Lexie, o time de composição da canção é composto por Tanusha, Shantel e Katrina Prada, essa última também foi responsável pela produção da faixa. É de fato um desfecho maravilhosamente brilhante, e que nos deixa com vontade de iniciar o disco novamente, e ouvir mais e mais vezes. "Assim como os meus sentimentos, essa noite se mantém obscura, mas eu continuo procurando luzes nessas rajadas cintilantes e escuras".
***
Lexie está a apenas dois dias de entregar ao público o que já consideramos seu melhor e mais completo trabalho. Passado o lançamento de também dois ótimos álbuns em sua carreira, é em seu terceiro registro que a cantora conseguiu sintetizar todos os seus sentimentos, que vão de angústias até a euforia, causando uma explosão fragmentada na mente da cantora, ora em cores roxa, ora em cores verdes, que misturados, formam tudo que vimos e que ainda veremos com "Alexandrita".
O confessional de dez faixas é sem dúvidas um dos melhores discos do ano de 2017, e esperamos que Lexie aproveite muito do que o disco tem a oferecer, pois ele merece total atenção.
E você também pode ter certeza de que a menina Alexia brilha eternamente e está orgulhosa de você, onde quer que ela esteja.