Meryl é uma das novatas que surgiram entre 2015 e 2016 e talvez seja a que está mais empenhada em conseguir seu devido reconhecimento. Em pouco mais de 1 ano de carreira, já tem dois álbuns registrados em sua discografia, o primeiro, "Fragility", passou despercebido. Porém, com o segundo disco, "Duality", a cantora colocou todo o seu talento à prova mas ainda sim não conseguiu o reconhecimento merecido.
Eis então que ela decide relançar seu segundo disco, com o título de "Lilith Reloaded". A nova versão traz 7 músicas inéditas e a sonoridade alternativa se mantém, com o acrescento de dubsteps em algumas faixas. Cada vez mais determinada a conquistar o tão devido valor que merece, qual será o grande trunfo deste disco?
01. Anjo Caído (feat. The Other Woman)
O álbum se inicia exatamente onde o outro para. Contando a história de Lilith, Meryl e The Other Woman encarnam um anjo caído que se apaixona por um mortal ao cair na Terra e confessa a ele todos os seus pecados, mas afirma que pode ser capaz de amá-lo, caso lhe dê uma chance. A composição da faixa é maravilhosa e poética, a produção, por sua vez, logo se apropria da instrumental e a transforma em algo majestoso que poucos artistas conseguem fazer atualmente. "Eu sou um anjo caído, cometi milhares de erros. Nunca mereci o perdão divino. Posso te amar e te odiar ao mesmo tempo, você nunca vai sentir o meu sofrimento, mas não desista de mim, prometo te fazer feliz [...]"
02. Máscaras
Continuando o disco, a faixa a seguir mantém a storyline do disco, porém, de forma caótica. Meryl consegue se relacionar com o rapaz que conversava na faixa anterior, entretanto, se decepciona com o passar do tempo, ao enxergar que o seu amado não estava sendo ele mesmo e forçando uma personalidade que não combinava com ele. Ao decorrer da faixa ela lhe dá um ultimato e diz que se ele não voltar a ser quem realmente é, vai perdê-la. A instrumental é bem distinta a anterior, com a sonoridade mais eletrônica, mas se mantém no mesmo nível da anterior com a produção muito bem organizada e estruturada.
03. Conexão (feat. Lorde Croft)
Quando a nova rainha do Alternativo se junta com o rei do gênero, não podemos esperar menos que um puta hino do caralho, não é mesmo? Em "Conexão", Meryl se apaixona por outro homem e descobre que ele também é um anjo caído, o que fica claro quando ela canta "Entre nós não há nenhuma diferença [...]", os dois vivem em relações diferentes no momento, mas não conseguem parar de pensar um no outro e a agonia toma conta dos dois. A instrumental se faz bem presente na faixa, e a produção, apesar de ser mais limpa, encaixa perfeitamente por cima e torna a faixa um dos pontos mais fortes do material.
04. Heartbeat
Essa é a faixa mais radiofônica do disco, com a sonoridade mais eletrônica do material, com direito até a dubstep no refrão, "Heartbeat" é a faixa onde Meryl se separa de seu antigo amor para viver o romance que tanto sonhou com o personagem de Lorde Croft na faixa anterior. Musicalmente falando, ela não é tão grande quanto as anteriores, porém, traria ótimos resultados como single, graças a sonoridade mais dançante.
05. Fetish (Fuck That Ass) (feat. Lily Santos)
Voltando a sonoridade alternativa do álbum, nesta faixa, Meryl revela seus desejos sexuais pelo homem que se relaciona atualmente e confessa que ele a fez feliz em diversos momentos difíceis, mas que nesse momento ela só quer ter uma noite de prazer com o mesmo. A faixa não é um dos grandes momentos do disco, mas é uma boa canção, assim como o restante.
06. Mortal
Trazendo de volta a sonoridade eletrônica, temos um dos pontos mais altos do disco. A relação de Meryl com o tal anjo caído está começando a desandar e ela revela que nunca conseguirá se prender a um homem só, pois existe uma imensidão que ela ainda quer conhecer. A instrumental é marcante e seria um grande destaques em baladas noturnas e sua produção é muito bem feita, exagerada nos pontos certos, a tornando um trunfo da faixa.
07. Confissões de Um Anjo Caído
Encerrando o disco, temos o ponto mais fraco dele. Ao contrário de todo o restante do disco, a qualidade vocal desta faixa está um pouco desestabilizada, com a voz mais alta do que no restante das faixas e com uma letra superficial e repetitiva além da conta. Depois de tantas faixas maravilhosas, encerrar o disco desta forma acaba não sendo a melhor opção.
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Meryl já provou a todos nós que leva sua carreira a sério, muito mais que a maioria dos veteranos inclusive, e que deve ser reconhecida por isto. "Lilith Reloaded" é só mais uma confirmação de todo o seu talento e esforço para alcançar seus objetivos e de que, um dia, ela estará entre os nomes mais fortes da música virtual.
Com uma storyline muito bem estruturada, Meryl trouxe o melhor de si para este relançamento, mesclando sonoridades tão distintas, mas, ao mesmo tempo, tão completivas uma à outra. Musicalizando e alterando a história de Lilith de forma conveniente para contar a história do seu disco, a cantora nos entrega um álbum tão bem planejado, composto e produzido que a tira completamente do campo de novata, a levando para o árduo caminho de se tornar uma reconhecida e aclamada veterana, todavia, se daqui em diante ela manter o mesmo nível em que está hoje, chegará lá mais rápido do que imagina.
